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Além da Promovalor de Vieira, o Fundo de Resolução pediu ao Novo Banco mais auditorias específicas a grandes devedores, incluindo aos créditos do constutor José Guilherme, disse ex-diretor do banco.


O Fundo de Resolução pediu ao Novo Banco mais auditorias específicas a grandes devedores da instituição além da Promovalor de Luís Filipe Vieira, revelou esta quinta-feira o antigo diretor do departamento de auditoria interna na comissão de inquérito ao banco. Luís Seabra adiantou aos deputados que a entidade liderada por Máximo dos Santos (e que controla 25% do banco) também pediu análise concreta à situação da Investfundo de José Guilherme, o construtor que deu uma “prenda” de 15 milhões de euros a Ricardo Salgado. Mas houve mais pedidos.

O ex-diretor do Novo Banco referiu que tanto em relação à Promovalor como em relação à Investfundo o Fundo de Resolução optou por realizar auditorias externas.

No caso dos créditos de José Guilherme, Luís Seabra disse que o banco chegou a iniciar os trabalhos de auditoria internamente antes de o Fundo de Resolução ter indicado que seria coberto pela auditoria especial da Deloitte por uma questão de “eficiência e de oportunidade”.

“Chegou a ser iniciado um processo de auditoria interna, quando, através de contactos com o Fundo de Resolução, foi tornado claro que por uma questão de oportunidade devia ser coberta pela auditoria especial. (…) O trabalho que tínhamos feito era muito pouco. Não tínhamos chegado a qualquer conclusão, o trabalho estava em fase embrionária”, disse o antigo responsável.

Luís Seabra revelou que o Fundo de Resolução foi “bastante prescritivo” nas orientações dadas ao Novo Banco para a realização das auditorias específicas. “No caso de José Guilherme, penso que a auditoria devia avaliar o processo de concessão e recuperação de crédito da Investfundo”.

Quanto à Promovalor, o ex-diretor do departamento de auditoria interna do Novo Banco contou que a auditoria tinha duas dimensões: uma dimensão tinha a ver com a concessão de crédito e que foi abrangida pela auditoria especial da Deloitte; e a outra dimensão dizia respeito à operação de reestruturação e que, citando uma notícia do ECO, está a prestes a ser concluída pela BDO.

O antigo responsável do banco deu conta ainda de mais dois outros casos de auditorias pedidas pelo Fundo de Resolução: ao grupo Tricos e a Arnaldo Dias. “Se houve mais… estou a responder dentro de o que me recordo. E estes dois nomes carecem de confirmação do Novo Banco”, sublinhou Luís Seabra.

Um mês depois do arranque das audições, a comissão de inquérito às perdas do Novo Banco parece ter deixado passado do BES para trás e já começa a tratar de temas mais recentes, como as vendas de carteiras de ativos problemáticos que vieram a dar perdas avultadas e que tiveram de ser cobertas pelo Fundo de Resolução. O antigo diretor do departamento de auditoria interna do Novo Banco descarta que o banco tenha feito qualquer venda de carteiras a partes relacionadas.

“Nas auditorias que fizemos, do Nata 1 e à venda de imóveis, não detetámos transações com partes relacionadas”, indicou Luís Seabra esta quinta-feira.

E é possível ou detetou que tenha havido compra de dívida por parte dos titulares com desconto? “Não detetámos. Não tínhamos detetado situações de partes relacionadas”, reforçou o antigo responsável do banco.

(notícia em atualização)