O antigo Presidente da RepĂșblica Jorge Sampaio manifestou-se "profundamente chocado" com a morte do ex-ministro Jorge Coelho, considerando que o socialista "contribuiu para moldar a vida polĂtica portuguesa" com uma "arguta inteligĂȘncia" e "alta noção" de responsabilidade.
Jorge Coelho, ministro dos governos liderados por AntĂłnio Guterres entre 1995 e 2002, morreu na quarta-feira, segundo fonte do PS, vĂtima de paragem cardĂaca fulminante.
"Profundamente chocado com o sĂșbito desaparecimento de Jorge Coelho, um querido amigo de longa data, camarada de muitas lutas, um socialista, ativo, dinĂąmico e de convicçÔes fortes, a quem o partido muito deve, e um portuguĂȘs de destaque que serviu o paĂs com um raro e notĂĄvel sentido de responsabilidade, manifesto a sua Mulher, familiares e amigos, o meu muito sentido pesar e solidariedade", pode ler-se num testemunho de Jorge Sampaio enviado Ă agĂȘncia Lusa.
Num momento "de desolação e de irreparĂĄvel perda", o antigo chefe de Estado recorda que Jorge Coelho "atravessou boa parte do arco" da sua a vida polĂtica e "contribuiu para moldar a vida polĂtica portuguesa".
"Sobretudo nas Ășltimas dĂ©cadas do sĂ©culo passado, com a sua visĂŁo, a sua arguta inteligĂȘncia e atuação sempre alerta, a fidelidade aos princĂpios e ideais socialistas e uma alta noção de responsabilidade polĂtica", enaltece.
Apesar de nem sempre as opiniÔes e anålises dos dois socialistas terem coincidindo, Jorge Sampaio deixa claro que "tal não foi razão suficiente para beliscar uma grande empatia pessoal que sempre prevaleceu" ambos, recordando Jorge Coelho como uma "pessoa afåvel e cordata, sempre mais predisposta a unir e a agregar do que a dividir".
"Naturalmente, nĂŁo esquecerei tambĂ©m nunca a sua exemplar atitude quando, perante a tragĂ©dia de Entre-os-Rios, nĂŁo hesitou em assumir por inteiro a responsabilidade polĂtica pelo desastre, demitindo-se de imediato do cargo que ocupava", elogia.
Aquando da queda da ponte em Entre-os-Rios, Jorge Sampaio era precisamente o Presidente da RepĂșblica em exercĂcio, quando Jorge Coelho se demitiu do cargo de ministro do Equipamento do executivo de AntĂłnio Guterres apĂłs este incidente, ocorrido em 04 de março de 2001, alegando que "a culpa nĂŁo pode morrer solteira".
O antigo chefe de Estado lembra ainda a trajetĂłria pessoal de Jorge Coelho "quando decidiu retirar-se da vida polĂtica sem, no entanto, deixar de exercer uma cidadania ativa", tendo continuado a alimentar o debate pĂșblico e a dar voz Ă s suas convicçÔes e Ă sua visĂŁo de Portugal, "como uma sociedade aberta, pluralista e solidĂĄria por que nunca deixou de lutar".
Jorge Coelho foi ministro de trĂȘs pastas: ministro Adjunto; ministro da Administração Interna; ministro da PresidĂȘncia e do Equipamento Social.
A partir de 1992, com Guterres na liderança, Jorge Coelho foi secretårio nacional para a organização, contribuindo para a vitória eleitoral dos socialistas nas legislativas outubro de 1995.
Nascido em 17 de julho de 1954, em Mangualde, distrito de Viseu, Jorge Coelho era empresĂĄrio, mas continuou sempre a acompanhar a atividade polĂtica, como comentador de programas como a Quadratura do CĂrculo, na SIC NotĂcias e TSF, mas tambĂ©m como cidadĂŁo.
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